A tradição do Cabo da Roca
mantém-se, ainda hoje estão disponíveis os certificados que comprova em como o
seu proprietário esteve no ponto mais ocidental da Europa.
Mas não foi o único testemunho
que consegui recolher na primeira pessoa,...
Mail recebido no dia 03 de Outubro de 2005, por Paulo
Gomes:
O encontro
semanal do C. Roca não será dos mais antigos. Penso ter comparecido nos
primeiros encontros e, ou eu sou muito velho ou esses encontros foram para aí à
20 anos!
Antes de ir à Roca já conhecia o encontro de 6ª à noite na Mexicana
esse muito mais antigo.
Mail recebido no dia 04 de Outubro de 2005, por Alberto:
Os locais de culto, nascem um pouco por acaso: descobre-se
um sitio giro para ir tomar um café, e curiosamente para se lá chegar, há uams
curvas fantásticas para puxar pela adrenalina... quanto ao resto, é muito o
passar de boca em boca, do género "porque não apareces na Roca? o pessoal
tem aparecido por lá, curtem-se umas curvas". Em rigor, não sei como
começou na Roca ou no Espichel mas atrever-me-ia a afirmar que não foi
pré-determinado.
Mail recebido no dia 04 de Outubro de 2005, por Luis Pinto
Coelho:
Os
locais de culto apareceram ao longo dos anos, de forma expontânea, antes de se
tornarem instituições.
Como
aparecem? É uma boa pergunta e, para tudo o que é espontâneo, há muitas razões
não evidentes e pode-se sempre encontrar explicações à posteriori. (...)
(...) Locais
como o Cabo da Roca tornam-se pontos de encontro, simplesmente porque são
locais bonitos, onde há espaço para parar e um pretexto para um belo passeio.
Já era desde sempre destino de passeio para os motociclista de entre Lisboa e
Sintra, e local de encontro para um pequeno almoço tardio ao Domingo.
Motociclistas que deram origem ao MC Sintra e outros amigos tinham o hábito de
ir ao Cabo da Roca, quando foi o boom das vendas de motos aquando da entrada na
CEE e, o ponto de encontro tornou-se
moda dos então neo-motards.
O Cabo
Espichel também é outro local de culto, porque já era ponto de encontro dos
motociclistas da margem sul.
É um
caso a estudar, mas, os motards tem uma tendência para cabos; deve ser o desejo
de fazer a estrada até ao fim e só paramos quando já só há mar pela frente.
Deve ser por isso que, em viagem, seja na Galiza, na Bretanha ou na Cornualha,
lá estamos sempre a ir parar aos cabos e há sempre motos. Uma das mecas do motard
é ir ao Cabo Norte...
No
Porto, a Foz sempre foi local de encontros de motociclistas, simplesmente
porque é bonito, há cafés e vista para o mar.
No
centro de Inglaterra, onde estão longe do mar, juntam-se centenas, ou milhares,
de motos em Oxford porque é bonito, há espaço, há jardins e e muitos pubs.
Somos uns sentimentais... (..)
Mail recebido no dia 04 de Outubro de 2005, por Alberto :
(...) Os locais de culto,
nascem um pouco por acaso: descobre-se um sitio giro para ir tomar um café, e
curiosamente para se lá chegar, há uams curvas fantásticas para puxar pela
adrenalina... quanto ao resto, é muito o passar de boca em boca, do género
"porque não apareces na Roca? o pessoal tem aparecido por lá, curtem-se
umas curvas". Em rigor, não sei como começou na Roca ou no Espichel mas
atrever-me-ia a afirmar que não foi pré-determinado. (...)
De acordo com o livro "As Motos do Século - o Século das Motas o
fenómeno do cabo da roca nasceu na década de 80, quando um grupo do recém
criado Moto clube de Sintra, (...)em amena conversa sugeriu que se passasse
a fazer um encontro de matinal, para o pequeno almoço no cabo da roca,(...).
“Estava-se no final de 1987 e
foi combinado o domingo em que todos se juntariam para realização do primeiro encontro de motociclistas.
Para além da sua enorme beleza, a escolha desse local era a ideal, pois no Moto
Clube de Sintra havia muitos sócios, apaixonados por motos antigas que se
filiaram depois dos primeiros passeios de setembro, e o cabo da roca era a meio
caminho, quer para os que iam de Sintra, quer para quem vinha de Cascais e do
Estoril.
Nesse primeiro domingo choveu a cântaros como só chove em Sintra. Dos
que prometeram ir, só apareceram meia dúzia de sócios para o combinado pequeno
- almoço, gelados e ensopados. Mas, no dia seguinte à noite, no Moto Clube de
Sintra, claro que disseram que tinha estado uma manhã fantástica no cabo da
roca, graças aos efeitos do típico microclima da região! Resultado, domingo
a domingo, o encontro começou a ser mais concorrido.
No último encontro desse ano, em Dezembro, Jorge Fragoso(sócio fundador
nº 2) apareceu vestido de Pai Natal: Foi memorável e festejaram com o vinho do porto e com bolo-rei que Duarte
Forjaz levara na sua SUZUKY GSX 550.
Entretanto, Agostinho Gabriel, sócio fundador Nº 3 e então tesoureiro,
combinou com o concessionário do café do
cabo da Roca, que o pequeno almoço fosse pago com a um preço simbólico.
Informados os sócios, Jorge Morgado da revista Motojornal divulgou este ponto
de encontro domingueiro.
Enfim, é sobejamente conhecido o efeito multiplicador desses encontros,
ainda hoje vêm adeptos não só da zona, como de Moto Clubes distantes. De inicio
a maioria das pessoas que lá ia sabia que havia um livro de presenças, o que
permitiu fazer estatísticas sobre a proveniência dos adeptos.
Mail recebido no dia 10 de Outubro de 2005, por AT de R1
(?)
(...) Depois...chegou o ano 74...motas eram um "luxo burguês"
e... ACABARAM, foram extintas(para bem do proletariado) !!!
Só cerca de uma década depois... começaram a ressurgir de novo !!
Como já foi dito e neste ressurgimento... formou-se o Moto Clube de
Sintra.
Os seus membros aos Domingos, costumavam juntar-se na praça da antiga
Sintra, alguns petiscando uns "travesseiros", na Piriquita.
Mas, como sempre ocorre com os amantes das motas, a coisa nem dava para
aquecer o motor, quanto mais "matar o vício".
Vai daí, alguém se lembrou de andarem mais um pouco, por umas estradas
serpenteantes e sem tráfego (a cujo fascínio nenhum motociclista resiste,
vá lá saber-se porquê!!!) até um local aonde ninguém ia, mas que tinha um café
e uma vista soberba sobre o mar, um tal Cabo da Roca.
Nesses anos, ainda ninguém tinha reparado que era o "ponto mais
Ocidental da Europa" e ninguém pensava em ir ali, por umas estradas
manhosas, numa manhã de Domingo, durante o Inverno.
No entanto, os membros do Motoclube gostaram, apreciaram a solidão, a
vista, as curvas para lá chegarem e foram passando a palavra aos amigos e
conhecidos.
O número de presentes foi crescendo... a "patine" das solitárias
manhãs dos Domingos Invernosos, enquanto a família dormia, foi
solidificando, excepto...no preço!!! do raio daquele apetecível café quente...
para aquecer as mãos frias... fruto de uma unidade vocacionada para os
estrangeiros do Verão.
O Escudo valia pouco, mas as palavras dos motociclistas compensaram e
foi acordado um preço mais reduzido para as manhãs de Domingo e presente
um "Livro de Honra" para justaporem as suas rubricas (se o
conservaram, terá algumas minhas).
Actualmente, já não é o que foi !!!! incrível era se fosse... Dúúúúúhhhhhh)
Há cerca de 20 anos, pavimentaram as estradas e... aquelas curvas...
com piso novo!!!! Trouxeram outras gentes, outros usos.
Algures (Malveira), num dos percursos, montaram um "Circo",
amplamente frequentado!!!... mas que nada tem a ver com o Cabo e o seu
espírito.
Deixou de ser o ponto de encontro dos amigos dos amigos, passando a ser
local de deslocação de quem tem mota e também outro meio de transporte
qualquer, quer de Inverno, quer de Verão.
O café mudou de local, foi para a cave, cresceu e julgo que
perdeu o livro.
No entanto, ainda continua a ser nas solarengas manhãs, dos
Domingos de Inverno, que é mais imponente, juntando um tal número de motas...
que muita afamada concentração gostaria de ter!!! (...)